Nosso tempo já foi
Em 1994 eu conversava com Wilson Fittipaldi na manhâ da sexta feira, dia 29 de abril. Paramos a conversa quando o forte acidente de Rubens Barrichello nos treinos em Imola foi mostrado na TV. Foi um choque!
Um choque diferente um pouco antes eu tive quando na nossa conversa, Wilson me falou que estavamos vivendo uma fase muito boa no automobilismo , mas que ela acabaria e depois iríamos ficar como os italianos, por exemplo, campeões nos anos 30, 40me 50 para uma secura danada depois disso.
Estavamos vivendo o auge do domínio de Ayrton Senna que dois dias depois daquela conversa morreu no fatídico acidente em Ímola. A profecia de Wilson não veio como raio, mas foi confirmada ao longo do tempo e parece ter sido selada de vez com a mola na Hungria, em 2009. ironicamente a mola que saiu do carro de um brasileiro, acabou no capacete de outro…Nosso mais próximo espasmo de vitórias acabou com o quase título de Felipe Massa, um ano antes.
A fase de vitórias de um país, parace loucura afirmar, tem ciclos. Franceses fizeram belos carros e fortes motores, investindo em educação pra isso, e só tiveram um piloto digno de fazer história, o tal Alain Prost, quatro vezes campeão do mundo e duas vezes vice. Os alemães, apesar de sua incontestavel qualidade na produção de automóeis de alta tecnologia, demorou até Michael Schumacher aparecer em 1994 pra começar uma fase vencedora. E tivemos até pilotos americanos aparecendo…e sucumbindo apesar do título de Phil Hill em 1961. Os ingleses tiveram James Hunt nos anos setenta, Grahan Hill nos sessenta mas só agora engataram com Jenson Button e Lewis Hamilton. A fase dos escoceses foi “fraquinha”…anos sessenta e setenta com Jim Clarck e Jackie Stewart.
Os exemplos são muitos assim como muitos foram os brasileiros que chegaram e até podem ainda chegar na F1, mas apenas três fizeram história. Sonhar que isso pode se extender, esperar que isso se repita com tanta e a força de oito títulos mundiais é sonho puro. Principalmente ´porque cada vez mais somem as pistas e sobem os custos. No Brasil e fora também. Nossos pilotos de sucesso até tinham famílias abastadas, mas não era milionários antes de serem pilotos vencedores. Hoje o custo de se fazer uma temporada de World Series ou GP2 passa do milhão de euros e além de não se encontrar patrocinadores pra bancar isso, qual é o retorno pra tanto investimento? E essa é a fase final de preparação de um piloto. Quanto ela deve durar? E quanto já foi gasto pra se chegar nessa fase final? Algo em torno de seis, sete milhões de euros…
Na fase atual de Felipe Massa e Bruno Senna os brasileiros que acompanham automobilismo pra ver brasileiro vencer podem se preparar pra trocar de esporte. Esses até tem tido algum alento na Indy, mas devem se preparar para a estiagem pois depois de Tony Kanaan e Helio Castroneves, hoje perto dos 40, assim como Rubinho que aportou este ano na categoria, nenhum outro brasileiro está na linha de sucessão.
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